10 de agosto de 2011

#Estasdebroma: Smirnoff Ice gigante, você me paga!

Depois de passarmos um período cuidando das novidades do blog e da super promoção em parceria com o Instituto Candela (ainda dá tempo de participar!!), o #Estásdebroma? está de volta! =D

A história de hoje é do jornalista pernambucano Eduardo Amorim nosso primeiro
mochilero (êêêê!). Ele foi para a Europa passar o melhor Réveillon da sua vida: em Paris com os amigos! Já imaginou?!? Mas ele não contava com os imprevistos que estavam no caminho e que a "festa" dele seria num lugar bem diferente dos amigos...

Se essas festas de Réveillon em Paris falassem... Esta não é a primeira vez que contamos situações inusitadas e divertidas do Ano Novo na cidade luz. Lembra do perrengue que a
mochilera Rafa passou também por lá? Pois bem, qualquer semelhança é mera coincidência. 


"Tenho família na França. Então, minha primeira viagem a Paris foi super estruturada. Fiquei, a maior parte do tempo, com dois amigos em um apartamento que a minha família aluga na Rue Oberckampf: lugar super estruturado, perto de tudo e ótimo também para sair à noite. Só que no Réveillon ele não estava disponível.

No dia 31, resolvi que ia encontrar vários amigos em Montmartre. A felicidade era enorme de finalmente estar conhecendo Paris no Réveillon e passá-lo com Clara, Julio (ambos vindos de Recife), Mateus (São Paulo), João (Barcelona), Pedro (meu irmão, que nessa época morava no subúrbio de Paris). O metrô era gratuito na noite de Réveillon. Pegamos o trem de Nanteuil Le Hadoin (uma cidade que fica a uma hora ao norte de Paris, onde mora a mãe do meu irmão), fizemos conexão com o metrô e fomos sabendo que a noite seria longa. Depois da festa, teríamos que esperar até amanhecer para voltar, pois o primeiro trem só sairia às 8h da manhã do dia seguinte. Mas, em noite de réveillon, tudo bem.

Eu e Pedro encontramos com Mateus ainda na descida do metrô e começamos a festa ali mesmo. Rapidamente, estávamos todos juntos e passamos numa lojinha para comprar champanhe e vinhos nacionais. Eu tinha uma garrafa de cachaça e João tinha outra. Pedro, que tinha uns 17 anos, preferiu comprar uma garrafa de Smirnoff Ice. Lembro que achei engraçado, porque lá eles têm garrafas de 1,5 litro. Mas achei que assim ele não daria trabalho.

Enfim, subimos Montmartre no trenzinho e a festa foi deliciosa. Nosso grupo de brasileiros competia em barulho com os italianos na escadaria, que estavam em muito maior número. O clima era de total integração entre as nações ali representadas.

Após a meia-noite, todos nós já devidamente bêbados, depois de estourar as champagnes, começamos a nos reagrupar para tentar chegar à festa que tínhamos planejado como meta final. Fomos descendo as escadarias a pé e, quando chegamos lá embaixo, alguém se deu conta de que meu irmão tinha passado da conta na bebida e estava vomitando uma espécie de “neve parisiense”. Meus amigos foram na frente para a festa e eu resolvi entrar em um bar para dar uma Coca-Cola ao meu irmão. Pedro dormiu na mesa até que o dono do estabelecimento pedir para que a gente saísse. Sem ter como voltar, andando a coisa piorava e Pedro voltava a vomitar. Resolvi entrar novamente no metrô para aguardar a hora do trem.


(Foto: Divulgação/Google imagens)
Ice de 1,5 litro? Quem disse que é bebida de menina?!?

Enquanto meu irmão dormia/passava mal, vi que policiais e diferentes grupos de franceses brigavam dentro da estação do metrô. Tentava entender o que se passava, mas meu pouco conhecimento de gírias em francês não ajudava. Lembro apenas até de ficar feliz de ver tantos negros em Paris. Achei que aquilo fazia parte daqueles protestos em que os franceses colocavam fogo nos carros.

Lembro dos movimentos em formas de ondas, que via no metrô. Ondas de pancadaria na minha frente. E nós, sentados no banquinho, assistindo. Depois de muitos arrastões de policiais contra os grupos de negros, consegui me informar sobre a saída de um RER que passaria por aquela estação.

(Só para explicar a quem vai a Paris. No sistema de trens urbanos de Paris as pessoas viajam com os seus bilhetes e fazem integrações variadas entre diversos tipos de veículos. Além do metrô normal, algumas vezes os turistas costumam pegar o RER para trechos um pouco mais longos e, raramente, vão se arriscar no Train do Bainlieu. Exatamente o que nós precisaríamos para chegar em Nanteuil Le Hadoin, uma cidadezinha próxima a Chantilly. Lembram? Onde Ronaldo "Fenômeno" se casou com.... Eu também não lembramos. Eu também não lembro.)

Com pouco mais de meia-hora de atraso, conseguimos entrar no RER. A ideia era ir para a última estação na direção do Norte. Pedro já balbuciava algumas respostas nessa hora, então eu conseguia juntar meu pouco conhecimento geográfico com as informações que acabava entendendo dele para me localizar. Então, o trem começou a andar. Até que ouvimos: “Seu bando de viado. Esqueceram de me pegar aqui. Se fu#&*!”

O grito foi dado pela única pessoa que ocupava o mesmo vagão que eu e Pedro. O trem parou e os policiais entraram batendo em todo mundo novamente. Com os cacetetes, a polícia francesa parecia a PM afastando briga de torcida organizada: quem tivesse na frente levava uma cacetada! E acabaram prendendo o homem que gritou e foi levado para fora do RER.

Por sorte, eu e Pedro estávamos algumas cadeiras à frente dele e os policiais nos deixaram em paz. Ufa! Foi nessa hora que eu desisti. Bastava de Réveillon francês.

- Pedro. Liga pra tua mãe e pede para ela pegar a gente na última estação.A festa, que naquela hora deveria estar no final, já não tinha tanta importância.."

No outro dia, fui comprar um pãozinho na padaria de Nanteuil Le Hadoin. Já estava adaptado à França.

(Foto: Arquivo pessoal)
Eduardo (de cachecol), os amigos e o irmão:que Réveillon, hein?!?

2 comentários :

  1. Pelo jeito, esses Reveillons em Paris sempre dão uma boa história!

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  2. HEHEHEHEHE

    Tinha até esquecido da história de Rafa. Mas...

    No regrets. Continua inesquecível o Reveillon. Pouca gente aprende francês em um dia e depois daquilo eu já achava que estava falando tudo

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