6 de julho de 2011

#Estasdebroma: Uma aventura em Pisac

Esta semana, o “Estás de Broma?” é especial, pois vai fazer parte da nossa homenagem aos #100anosdemachupicchu. Quem conta é a jornalista carioca Juliana Siqueira, que resolveu, junto com uma grande amiga, passar as férias no Peru. Depois de uma bela viagem histórica, elas não imaginavam o baita susto que a cidade de Pisac, bem pertinho de Cusco, reservou para elas. Boa leitura! 

Por uma dessas coincidências da vida, este ano minhas férias do trabalho coincidiram com as férias da minha amiga de longa data, Natália. Decidimos viajar juntas e o destino esclhido foi o Peru, afinal, como boas amantes de História que somos, queríamos conhecer as ruínas Incas de Machu Picchu e de outras cidades peruanas. Também decidimos fazer tudo por conta própria: sem guias, sem agência de viagem, sem pacotes turísticos. Só nós duas e uma mochila, nem mala queríamos.

O sufoco da viagem ficou reservado pro final. Em nosso último dia no Peru, decidimos visitar as ruínas de Pisac, uma pequena cidadela a uns 45 minutos de Cusco. A cidade em si era de chorar… uma verdadeira bagunça na praça principal, com comidas preparadas de qualquer jeito na rua e um cheiro bem desagradável. De qualquer forma, contratamos um táxi para nos levar às ruínas, e chegamos no sopé da montanha por volta das 16h. Segundo o taxista, deveríamos demorar cerca de uma hora e meia até o final, onde ele estaria nos esperando para nos levar de volta à cidade.


(Crédito: Arquivo pessoal)
As ruínas de Pisac antes do susto das aventureiras


Pois bem, lá fomos nós. Como todo o resto da viagem, dispensamos um guia local e fomos andando por conta própria pelos caminhos tortuosos da montanha, cheia de pedras e degraus altos. Depois de uma hora e meia caminhando, chegamos em um ponto que não havia mais trilha. Aí, começou a bater o desespero: olhamos para o lado e não havia uma viva alma por perto, o sol começava a se por e faltava meia hora para o acesso às ruínas ser fechado, ou seja, ninguém mais estava autorizado a entrar lá.

Ficamos tão nervosas que começamos a pensar nas piores hipóeteses possíveis, como ter que passar a noite na montanha, morrer de hipotermia (já que lá no alto a temperatura cai absurdamente à noite), etc. Nossa única opção era voltar pelo mesmo caminho que viemos. E foi o que fizemos, em uma velocidade incrivelmente rápida, talvez pela adrenalina e o pavor de ficarmos perdidas naquela montanha deserta. O trajeto que tínhamos feito em meia hora na ida demorou menos de cinco minutos na volta, e já nem ligávamos para o risco de tropeçar naquelas pedras.


(Crédito: Arquivo pessoal)
No susto, elas desceram tudo correndo


Felizmente, em um determinado ponto, avistamos umas pessoas descendo a montanha, vindo em nossa direção. Para a nossa sorte, era um casal que conhecia bem a região e pudemos voltar com eles. Logo, se juntou outro grupo de retardatários e descemos juntos, de lanterna em punho, por ainda mais uma hora até a cidade. Só fiquei aliviada de verdade quando pisamos novamente em Pisac. No final, até tiramos uma foto com nosso grupo de anjos que apareceram para nos salvar daquele sufoco! Detalhe: enquanto todos pareciam cansados, nós duas éramos às únicas sorridentes, felizes por termos escapado sã e salvas de morrer nas montanhas!


(Crédito: Arquivo pessoal)

Juliana e Natália (à direita) com seus anjos da guarda


Para quem quiser se aventurar que nem nós no Peru, as dicas são levar sempre uma lanterna a tiracolo, pois nunca se sabe quando vai precisar dela, e ir o mais cedo possível para esses lugares, pois, caso se perca, ainda existem horas e mais horas de sol para você se localizar. Além disso, uma equipe de vigias das ruínas faz uma espécie de ronda na montanha para ver se algum turista desavisado ficou pra trás.

Apesar disso, a viagem foi excelente e nos presenteamos com um belo jantar regado a vinho no final desse dia tão estressante.

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