1 de junho de 2011

#Estásdebroma?: Um “bonne année” inesquecível!

Mochilera Rafa

Ficar de fora do #Estásdebroma? nem pensar! Então, a história desta semana será minha. Espero que gostem (apesar de grande, mas vale a pena), pois foi a mais louca e tosca de toda a minha vida. Boa leitura e risadas!

31 de dezembro de 2010. Esta data ficará marcada para sempre não só para mim, mas também para minha querida “prima” Lala. Inventamos de ser finas e resolvemos passar o Réveillon de 2011 em Paris. O combinado era, após nossa programação turística pela cidade, jantar e sair para a virada na Tour Eiffel, com um casal de amigos que lá morava. Até então, tudo mais do que certo e perfeito! Só não imaginávamos que, no último dia do ano, tudo poderia dar errado. Na verdade, até hoje, não acreditamos que tantos imprevistos poderiam acontecer em um único dia com duas pessoas.

Tudo começou na saída do Musée du Louvre, onde passamos uma manhã e o início de tarde andando para cima e para baixo. Durante esse período, minha “prima” reclamava um pouco do seu joelho esquerdo, mas nada grave. Só que o bicho pegou quando estávamos andando pelos Jardin du Carrousel e Jardin des Tuileries. O joelho dela piorou e não conseguia dobrá-lo direito, chorando de dor. Decidimos ir a um hospital. Ligamos para o casal amigo, no qual o marido nos acompanhou, pois ele falava espanhol e francês. Foi a melhor coisa que fizemos, porque, ao chegar no hospital, NINGUÉM falava espanhol ou inglês. Apenas uma residente arranhava no espanhol. Como dizer em francês: “Meu joelho está doendo!”


Não tínhamos ideia do que Paris havia preparado para nós


Passamos horas e horas no hospital, entre a burocracia do seguro saúde, demora do atendimento e liberação. Minha “prima” só teve alta por volta das 18h (nada grave!). Corremos que nem loucas para nossa “casa francesa”. No caminho, fizemos uma pequena compra para o último jantar do ano. Enquanto tomávamos banho, colocamos a roupa para lavar na máquina e esquentar a ceia congelada (!). De repente, o apartamento se APAGOU todo! Lala no banheiro, toda molhada, e eu terminando de me maquiar. CAOS e DESESPERO reinaram naquela hora, pois já passava das 20h. A rua tinha luz, o restante do prédio também... ou seja, destruímos o apartamento emprestado (!), pensamos.

O frio aumentava e, no escuro, tentamos encontrar o disjuntor. Encontramos o local, mas não sabíamos qual era o tal botão. Sem saber falar francês para pedir ajuda, recorremos ao nosso amigo. Fizemos uma ligação internacional (com 20 minutos de duração) e NADA! O jeito foi bater na porta do vizinho, sem saber falar uma vírgula de francês. Sorte que a jovem vizinha ainda estava em casa (?) e sabia falar um pouco de espanhol. Resolvido! O problema era que TUDO na casa era elétrico e, como ligamos PRATICAMENTE TUDO, a rede (antiga) não aguentou. Ah, o drama todo para resolver a energia era que confundimos o botão do disjuntor com o regulador do aquecedor. Bonito, né?

Com energia de volta (e quase congelando!), Lala voltou para o banho e eu tive que espremer TODAS as roupas GELADAS na mão. Uma tortura! Estendi tudo perto do aquecedor, pois em menos de dois dias partiríamos. Quase 22h, conseguimos jantar, nas carreiras, claro! Depois, saímos pela rua em disparada até o metrô. Rá, sem necessidade, pois lá embaixo estava um DOIDERA. Para entrar em um, esperamos que só e quando chegou, era uma briga. Parecia a Estação da Sé (SP) às 18h (!). TUDO LOTADO! Para completar, em cada estação, o condutor ficava parado mais de cinco minutos. Demoramos quase uma hora para completar um percurso que duraria no máximo 20 minutos.


Tive que espremer tudo isso mega ensopado e frio na mão


No aperto, olhava o relógio e me desesperava. 23h30 e ainda estávamos na metade. De repente, uma moça ao nosso lado passa mal e desmaia. Minha “prima” médica a socorre no meio do tumulto. 23h35. 23h50. 23h57... Estamos paradas na estação La Fayette e ouvimos gritos de BONNE ANNÉE!! Foi quando me dei conta que era a hora da virada. Bêbados queriam abrir garrafas de champagne dentro do metrô. Uma LOUCURA! Ah, o condutor ainda parou uns cinco minutos para dar um discurso de “bonne année”... Para completar, a estação que deveríamos descer estava fechada. Saímos na seguinte, mas era melhor ter ficado lá dentro. Sabe as ladeiras de Olinda (PE) em pleno carnaval? Estava PIOR! Ninguém andava, pois o povo era levado pelo fluxo de gente que saia da estação.


"Bonne année" na estação "La Fayette". Bem fina!


Na rua, era uma LOUCURA total. Pessoas bêbadas gritando “bonne année” para qualquer estranho e pessoas estranhas esperavam alguém dar bobeira... Bem fim de festa mesmo. Ah, o casal? Fomos para um telefone público e conseguimos marcar um local para o encontro. Eu fiquei mal porque tinha perdido a “queima de fogos” na Tour Eiffel. Fogos, que fogos? Apenas luzes piscando na torre, que conseguimos fotografar lá pelas 1h e pouca. Sim, e o champagne!?! Só em um bar lá pelas 3h da madrugada, após andar quilômetros atrás de um que fosse interessante.

Confira as fotos desse Ano Novo muito louco no nosso álbum Paris - França, lá no Flickr.

Tem uma história legal que aconteceu durante uma viagem? Conta para nós! Basta mandar um email para lasmochileras@gmail.com

3 comentários :

  1. Poxa Rafa, não pensei que tinha sido tão bom o ano novo de voces"tão programado virada do ano em PARIS"!!!!, mas da proxima vezx não leva Larissa com o joelho podreeeee senão atrapalha hehehhehe, beijão as duas mochileiras!!!!!

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  2. Bom... Eu estava lá na Torre Eiffel na hora da virada e vou dizer exatamente o que você perdeu: A galera da periferia de Paris, em geral imigrantes africanos, estava lá bebendo e gritando. Não tinha banheiro público, nem químico. A galera fazia xixi em público (confesso que fiz 2 vezes). Tava um frio do caramba e ninguém ficou sabendo que já tinha virado o ano, porque as luzes da torre não passaram a acender a partir da meia-noite, nem piscaram de forma diferente. Pelo contrário. A torre estava acesa desde cedo (20h) e apagou às 0h10. Foi uma luta pra conseguir uma estação de metrô aberta, e outra odisseia pra o metrô passar por ali. Chegamos em casa às 3h, cansados e decepcionados!

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  3. Nossa, Nívia! Que aventura! uhauhauha... Também tivemos dificuldade com metrô, porque só abririam depois das 6h. Era umas 5h da matina, estava frio e não podíamos esperar lá em abaixo. Então, para não congelarmos, resolvemos voltar para onde estávamos andando num sei quantos quarteirões! =)

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